O plástico começou a ser produzido ainda nos anos 50 e desde então seus resíduos se acumulam. Mas a reciclagem do plástico é tão eficiente quanto parece?
Convivemos com tanto plástico ao nosso redor, que nem notamos mais. O nylon e poliéster das nossas roupas, em nossos carros, embalando diversos produtos e nas sacolas do supermercado. Está impregnado em nosso cotidiano, não é mais uma novidade.
O problema é que esse material está aqui hoje e ainda estará aqui amanhã. No próximo ano. E nos quatro séculos seguintes. O plástico que tanto usamos demora cerca de quatrocentos anos para entrar em decomposição.
A produção do plástico já se encontra em um nível muito alto. Apenas no ano de 2015 foram produzidos 381 milhões de toneladas de produtos plásticos em todo o mundo. E nesse mesmo ano os seus resíduos foram divididos da seguinte forma:
- 19,5% reciclado
- 25,5% incinerado
- 55% descartado
Mais da metade das milhões de toneladas de lixo plástico foram simplesmente rejeitados, jogados em lixões, aterros e até mesmo nos oceanos, e quatro anos depois, ainda estão poluindo o meio ambiente.
Essa produção só cresceu desde então. A indústria do plástico, que foi estimada em quatro trilhões de dólares, gera atualmente mais de 300 milhões de toneladas de produtos por ano. E quase metade disso tudo é de plástico descartável. Isso significa que milhões de toneladas são feitas e logo em seguida jogadas fora.
O Brasil, por exemplo, produz 0,17 quilos de lixo plástico por pessoa todos os dias. Em um ano o montante chega a 10 milhões de toneladas. Os números são alarmantes e não demonstram melhora, mas o que fazer em relação a todo esse lixo?
Sobre a reciclagem do plástico
Apenas a reciclagem dará conta de reutilizar os milhões de toneladas que são produzidas todos os anos? A resposta é: não.
A culpa pelo consumo desenfreado não pode ser disfarçada pela reciclagem, afinal, nem todos os produtos plásticos podem ser reciclados. E esse processo ainda faz muito pouco para aliviar a crise da poluição oriunda dos produtos plásticos.
A produção desse material começou ainda nos anos 1950 e cresceu tanto que, mesmo que todo ele tivesse sido reciclado, não teríamos tempo para reutilizá-lo. A verdade é que nós não conseguimos reciclar nem um décimo de todo o plástico que foi produzido desde então.
Mesmo parecendo ser uma boa alternativa, a reciclagem ainda é um processo precário. Grande parte dos plásticos separados ainda são aterrados ou incinerados. E por ser derivado de petróleo, gás natural e carvão, queimar o plástico é tão grave quanto fazer o descarte irregular. Os poluentes liberados podem causar câncer e também espalham cinzas tóxicas. Alguns ambientalistas já colocaram o plástico na lista de principais causadores do aquecimento global.
Existe um novo processo de reciclagem química, que transformaria o plástico em novas fontes de energia. Mas é extremamente caro e não se paga sozinho. Assim, não é um processo viável, e mesmo que fosse, passaria a mensagem de que existe uma “forma fácil” de acabar com a crise do plástico, o que não é verdade.
Por exemplo, criar novos plásticos sempre foi mais fácil e barato do que reciclar. E atualmente, com bilhões de dólares sendo investidos na extração de mais combustível fóssil, matéria-prima do plástico, esse processo fica ainda mais barato. Tornando a venda de materiais reciclados ainda mais difícil.
Com todos esses obstáculos, a reciclagem não é uma solução realista para a crise de poluição plástica. Até por que os materiais reciclados ainda perdem muito espaço de mercado para os novos.
O que podemos fazer para mudar essa realidade?
A mudança já está começando no exterior, com acordos e novas leis. A União Europeia já votou uma proibição de plásticos de uso único, para entrar em vigor até 2021. O Canadá implantou uma lei semelhante: proibiu o uso de canudos e talheres de plástico, e começou a responsabilizar os fabricantes de plástico pelos resíduos produzidos. Mais de 140 outros países, inclusive a China, Bangladesh e Índia, já implementaram impostos ou proibições parciais do plástico.
Aqui no Brasil a primeira cidade a banir completamente o canudo plástico foi o Rio de Janeiro. Essa medida também foi adotada em outras cidades do país, como Fortaleza, Salvador, Santos e todo o estado do Rio Grande do Norte. Além disso, em São Paulo foi proibido o fornecimento de canudos descartáveis nos estabelecimentos comerciais da cidade.
Com essas novas leis e com a mudança de consciência dos consumidores, a tendência é que cresça a procura por produtos sustentáveis, como as ecobags e canudos de inox, e também as embalagens compostáveis. A medida que demanda por produtos ecologicamente conscientes aumenta, a tendência é que a produção se torne mais barata e que o produto final final também.
Além disso, mesmo pequenas ações podem ajudar a mudar esse cenário de poluição. Você pode, por exemplo, mudar sua própria rotina, criar hábitos para diminuir o lixo na sua empresa e também trazer mais pessoas para o lado da sustentabilidade. E uma das soluções que podem ter efeito positivo em toda essa crise é o consumo consciente. Você pode simplesmente diminuir o uso de plásticos, principalmente os descartáveis. Lembre-se que a mudança de hábito começa por você.
Por exemplo, nós da Beegreen fizemos uma parceria com a Plastic Pollution Coalition para fortalecer as ações brasileiras e mundiais para diminuição do uso de descartáveis plásticos. Esta é a primeira aliança mundial com mais de 750 organizações, empresas e líderes, presente em 60 países, trabalhando em direção a um mundo livre de poluição plástica e seu impacto tóxico em seres humanos, animais, cursos de água, oceano e meio ambiente.
A Beegreen conta com diversos produtos para evitar o consumo do plástico descartável confira na nossa loja. Acompanhe também nossas redes sociais, Facebook e Instagram, para saber de todas as novidades.