A reciclagem ainda é tratada como solução para a produção de resíduos que acontece todos os dias. Mas não é tão efetiva quanto parece!
Produzimos muitos resíduos todos os dias, isso é parte do nosso cotidiano. Com isso, surgiu a reciclagem, afinal é importante reaproveitar a matéria-prima e economizar energia e água durante o processo de produção. Mas ela não pode ser uma justificativa para manter o nível de consumo atual: a reciclagem não é tão efetiva quanto parece. O ato de jogar o lixo fora, desde alimentos, embalagens e produtos, não faz com que os resíduos desapareçam.
Um dos grandes conceitos da sustentabilidade são os três R: reduzir, reutilizar e reciclar. E no fim das contas o conceito de reduzir deveria ser mais forte do que o reciclar. A reciclagem deveria acontecer apenas em último caso.
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A realidade da reciclagem
A indústria do plástico, que tem valor estimado em 4 trilhões de dólares, produz mais de 300 milhões de toneladas de material plástico por ano. Metade disso é de uso único, que se torna lixo quase instantaneamente.
O processo da reciclagem não consegue comportar essa quantidade de material descartado. Na verdade, desde a invenção do plástico, em 1950, nem mesmo um décimo desse material foi reciclado. E, considerando que o plástico leva mais de um século para se decompor naturalmente, os primeiros materiais gerados ainda estão por aqui.
Um grande empecilho da reciclagem é que os resíduos não são devidamente separados, o que faz com que eles terminem em aterros sanitários ou até mesmo sendo incinerados. Duas “soluções” péssimas para o planeta. Afinal, o plástico quando é queimado libera gases poluentes que podem causar câncer, além de cinzas tóxicas.
O mercado de reciclagem do plástico ainda é muito precário. Aqui no Brasil um quilo do material – cerca de 400 copos plásticos descartáveis – vale apenas 20 centavos. E com a queda no preço do gás natural e petróleo, fica mais barato para a indústria criar novos produtos do que reciclar os que já se tornaram resíduos. Isso faz com que o Brasil seja o 4º maior produtor de resíduos plásticos no mundo, e apenas recicle apenas 1% desse material.
Mas não é só por aqui que a realidade da reciclagem é desafiadora. O problema acontece em nível global. Em 2015, nos Estados Unidos, de todas as milhares de toneladas de resíduos produzidas no ano, apenas 9% foi reciclada.
Segundo a WWF, todos os anos 10 milhões de toneladas de lixo plástico chega nos oceanos. E grande parte desse lixo teria potencial reciclável.
Entretanto, mesmo quando realmente acontece a reciclagem, ainda existem riscos: um estudo comprovou que metade dos plásticos reciclados na Índia continha um retardador de chamas, associado a danos neurológicos, reprodutivos e de desenvolvimento. Isso porque ninguém sabe realmente como remover todos os aditivos do plástico, mesmo durante a reciclagem. E o problema ainda vai além: tem plástico na sua água!
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Microplástico
Existem pequenos pedaços de plástico na nossa comida, água e até no ar. Um estudo apontou que 93% das amostras de água engarrafada analisadas continham microplásticos. Também foram encontrados vestígios plásticos em uma montanha no Pirineus, na Europa, que está a 160 quilômetros de distância da cidade mais próxima.
Um microplástico é um resíduo de plástico menor do que 5 mm. Apesar de ainda não ser considerado um perigo efetivo para a saúde dos seres humanos, a Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertou para três riscos em potencial:
- físico, pois as partículas são um corpo estranho para nosso organismo;
- químico, devido às toxinas que são encontradas no plástico;
- biológico, porque o microplástico pode reter microrganismos como bactérias e fungos.
Com tanto plástico espalhado pelo mundo, e até mesmo no nosso próprio organismo, como podemos mudar a realidade dos resíduos criados todos os dias?
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Consumo consciente
Cada brasileiro produz em média um quilo de lixo por dia, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe). Mesmo com novos processos, a reciclagem não daria conta de lidar com tantos resíduos. Por isso, a grande solução está na mudança de hábito e no consumo consciente. Afinal, o melhor resíduo é aquele que não é gerado.
E para reduzir é necessário atenção e questionamento. Antes de ir às compras no supermercado, faça um cardápio semanal para descobrir quais alimentos serão necessários e a quantidade exata, para evitar desperdício. No mercado, você pode levar a sua própria netbag, para recusar as sacolas plásticas.
Você ainda pode tomar outras atitudes para reduzir a produção de resíduos, orgânicos ou recicláveis, na sua casa:
- Prefira produtos reutilizáveis, como canudos de inox, copos reutilizáveis e talheres de bambu
- Faça compras em lojas a granel, para evitar produtos superembalados
- Antes de jogar produtos no lixo, tente consertar ou reutilizar de uma nova forma
- Evite compras por impulso: pense 24h antes de adquirir novas coisas
- Faça compostagem: é uma maneira de transformar resíduos orgânicos em adubo
Com pequenas atitudes é fácil diminuir os resíduos criados todos os dias. Lembre-se a mudança de hábito começa por você.
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