Consumo consciente e sustentabilidade: conheça a reciclabilidade dos materiais

Você se preocupa com a sustentabilidade no seu dia a dia, certo? Saiba que conhecer os processos de reciclagem é muito importante para um consumo consciente.

A reciclagem é um conjunto de técnicas de reaproveitamento de materiais descartados, reintroduzindo-os no ciclo de produção. É uma alternativa para tratar os resíduos sólidos do dia a dia e que reduz o uso de recursos naturais, economiza água e energia, diminui o volume de lixo enviado para aterros e ainda gera empregos e renda para cooperativas e empresas.

Para se ter um exemplo da importância da reciclagem, somente nos Estados Unidos, uma pessoa produz dois quilos de lixo por dia, em média. No Brasil, esse número é de um quilo de lixo por dia. Em apenas um ano, essa média se transforma em 55 trilhões de quilos. São números muito altos e assustadores, por isso a reciclagem é tão necessária.

A reciclagem ajuda a reintroduzir materiais no ciclo de consumo. E mesmo sendo uma técnica complexa e que envolve várias pessoas e processos, o primeiro passo é na nossa casa e no local de trabalho. O ciclo começa com a separação do resíduo orgânico, reciclável e do rejeito. As etapas seguintes são:

  1. Separar: 30% de todo dos resíduos produzidos é composto por materiais recicláveis;
  2. Enxaguar: embalagens com resíduos podem inviabilizar o processo de reciclagem;
  3. Encaminhar: se não existe coleta seletiva na sua cidade, você pode procurar um posto de coleta para fazer o encaminhamento correto desses materiais e ainda, atuar diretamente com os vereadores e poder executivo para pressionar a implementação da coleta seletiva, pois é um dispositivo previsto por lei federal.

E que tal conhecer um pouco mais sobre os materiais que podem ou não ser reciclados e como funciona todo esse processo?

Materiais recicláveis

Os materiais mais conhecidos e separados para a reciclagem são: papel, (alguns) plásticos, vidroalumínio e ferro. Esses resíduos apresentam bons níveis de reciclabilidade, ou seja, podem ser produzidos sem perder suas qualidades durante o processo de reaproveitamento. O produto com maior nível de reciclabilidade é o alumínio: as latas de bebida, por exemplo, podem ser reaproveitadas infinitas vezes

Cada material passa por diferentes procedimentos para que possam ser inseridos no processo de produção e comecem um novo ciclo de consumo. Mas não são só eles que podem ser reciclados se forem descartados da maneira correta. Confira! 

A reciclagem do plástico 

O plástico é um dos resíduos mais produzidos em todo o mundo e leva centenas de anos para se decompor de forma natural. Para ele, existem três opções para a reciclagem: mecânica, química e energética. 

A reciclagem mecânica é o método mais conhecido. Nesse processo, o plástico passa por uma triagem, lavagem e depois é transformado em grânulos, pequenas bolinhas plásticas, que serão utilizados para produzir novos materiais, como sacos de lixo, mangueiras e até mesmo peças de automóveis. 

Já o processo químico é um pouco mais elaborado, mas que tem como resultado a transformação do plástico em novos materiais petroquímicos básicos. Ou seja, por meio desse processo é possível retornar o plástico para sua composição original. Dessa forma é possível produzir novas embalagens plásticas primárias, que para serem produzidas pela primeira vez, precisam de muita matéria-prima.

E o último processo é o de reciclagem energética, que faz uso da energia térmica e elétrica, por meio da incineração.

O conceito lixo zero é expressamente contra a incineração, pois no processo o material é queimado e todas as suas propriedades são perdidas. Ou seja, viram pó, o que impacta, por exemplo, na rentabilidade das cooperativas. Além de que é um processo que “esconder embaixo do pano” o grande problema dos plásticos colocados pela indústria no mercado e que não possuem alta reciclabilidade. 

O ideal seria o poder público pressionar e legislar para que as indústrias mudem suas embalagens ou fomentem embalagens plásticas que possam ser, de fato, recicladas. 

Reciclagem do alumínio

O alumínio é um dos elementos mais abundantes em todo o planeta. O Brasil é o quarto maior produtor do material e líder absoluto na sua reciclagem – por exemplo, quase 100% de todas as latinhas de alumínio são reaproveitadas

Esse é um dos materiais que conta com um alto nível de reciclabilidade, e pode ser reciclado diversas vezes sem perder a sua qualidade inicial. 

A reciclagem do alumínio resulta na economia direta de matéria-prima, diminuição de emissões de gases na atmosfera, diminuição drástica de volume de lixo em aterros sanitários e ainda cria fontes de renda com a sua coleta seletiva.

Vidro 

O vidro é composto por uma fusão de matérias-primas principalmente minerais, como a areia, barrilha, calcário e feldspato. E também possui um alto nível de reciclabilidade, assim como o alumínio, podendo ser reciclado várias vezes, sem perder suas qualidade. 

Atualmente, os vidros destinados para a reciclagem são usados para fundir novos materiais. Cada peça nova tem, em média, 60% de vidro reciclado em sua composição. Isso significa que a cada tonelada reciclada, cerca de 1,2 tonelada de matéria-prima pode ser economizada. 

Porém, no Brasil existem poucas indústrias que reciclam o vidro, o que torna sua reciclagem cara. E o problema é logistico, os grandes locais que conseguem reciclar o vidro ficam em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Porto Alegre, o que inviabiliza o transporte do material, pois o custo da viagem é mais caro que o do produto a ser feito.

Portanto, mesmo 100% reciclável, o vidro quase não é reciclado no Brasil. Por isso, se você puder optar por comprar algo em uma garrafinha de vidro ou em uma latinha de alumínio, vá com a lata, que é muito mais reciclada por aqui.

Papel 

O papel é um dos materiais mais utilizados no nosso dia a dia. O Brasil, por exemplo, é um dos maiores produtores de papel no mundo todo. 

Por ser produzido através da celulose das árvores, a sua reciclagem é indispensável e traz muitos benefícios: a cada tonelada de papel reciclado, 20 a 30 árvores deixam de ser derrubadas. Também são economizados 80% de toda a energia que seria gasta na produção de novos papéis.

Além disso, para se reciclar uma tonelada de papel são usados dois mil litros de água. E para fazer a mesma quantidade de papel novo, são usados 100 mil litros.

Vários papéis podem ser reciclados: papel sulfite, papelão, caixas de embalagens de produtos, papel de presente, folhas de caderno. É só lembrar de separar do lixo comum. 

Isopor

Muitas pessoas acreditam que o isopor não é reciclável, porém o poliestireno expandido (EPS), tão usado no nosso dia a dia, pode ser sim reciclado. A problemática de sua baixa reciclagem, se dá pela falta de maquinários e indústrias suficientes para atender a demanda.

O Brasil fabrica mais de 40 mil toneladas de isopor todos os anos e, por falta de informações, o material pode acabar sendo negligenciado na hora de separar o lixo. 

O descarte incorreto do isopor pode trazer consequências, considerando que a sua composição pode demorar até oito anos. O material também não pode ser queimado, pois quando derretido pode emitir gases poluentes. Por isso a melhor alternativa é encaminhar o isopor junto ao materiais recicláveis, mesmo que na sua cidade ainda não há a reciclagem efetiva.

Estando limpo pode ser separado juntamente com outros materiais recicláveis. E assim como o plástico, ele pode ser renovado por meio de três processos: mecânico, químico e energético. 

Aço

Esse material é muito usado na construção civil, transporte e em aparelhos eletrônicos. E também é 100% reciclável. O metal, descoberto ainda no século XII a.C., já era reciclado pelo Império Romano, que encontrava instrumentos de guerra em trincheiras e usava para produção de novos materiais. 

A renovação do aço, assim como o alumínio, pode ser feita várias vezes sem perder a sua qualidade. Peças novas e antigas podem ser misturados para criar um novo tipo de aço, sem perder a qualidade inicial da produção. Sua reciclagem é feita com o uso de fornos elétricos e contribui para diminuição do uso da matéria-prima e também diminui a emissão de gases prejudiciais a atmosfera. 

Materiais não recicláveis 

Infelizmente existem muitas embalagens que ainda não conseguem ser recicláveis, seja porque o produto apresenta uma química indissolúvel, ou uma mistura de materiais em sua composição que não podem ser separados. Como espelhos, fotografias, embalagens metalizadas, esponjas de limpeza, embalagens pet brilhosas, material de acrílico e também canetas.

Para essa gama de produtos, é importante evitar seu uso. optar sempre pelo uso de materiais que possam ser reciclados e reutilizados no futuro, você está aumentando a vida útil desses produtos e dos aterros sanitários, fomentando ainda a indústria brasileira e gerando emprego e renda. Lembre-se a mudança de hábito começa por você.

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