Dia Mundial do Oceano

Atendendo a pedidos hoje vamos trazer um pouquinho sobre qual foi a inspiração daPatricya, nossa fundadora, para criação da Beegreen. E nada melhor que o Dia Mundial do Oceano para falar sobre inspiração.
Vocês sabiam que uma das motivações para criação Beegreen veio de uma reportagem que a Paty viu na televisão, em 2008, sobre a descoberta da primeira ilha de lixo pelo oceanógrafo Capitão Charles Moore em 1997? Naquele momento ela decidiu que queria fazer algo para solucionar o problema do plástico!
Agora pense em um lugar com uma área duas vezes maior que a área da França.

Imaginou? Este é o tamanho aproximado da ilha de lixo do Oceano Pacífico, localizada dentro do Giro Subtropical do Pacífico Norte. Essa situação preocupante acumula toneladas de detritos vindos do mundo todo carregados pelas correntes oceânicas tornando esse amontoado de lixo cada vez maior.
Essa Grande Mancha, como é chamada a ilha de lixo, é composta por duas concentrações: a Mancha do Pacífico Ocidental, localizada perto do Japão, e a Mancha do Pacífico Oriental, localizada entre os estados do Havaí e da Califórnia nos EUA. Essas áreas giratórias estão ligadas pela Zona de Convergência Subtropical do Pacífico Norte, ponto de encontro das águas frias do Ártico com as águas mais quentes do Pacífico Sul.

Os giros funcionam como uma “esteira transportadora oceânica” de acordo com as correntes que se movem ao longo dos oceanos, fluindo no sentido horário, no norte, e anti-horário, no sul. O centro do giro costuma ser calmo e estável, o que faz com que o lixo fique confinado no seu interior.
E de onde vem todo esse lixo? Segundo o próprio Capitão Charles Moore estima-se que 20% vem dos navios e 80% da terra, sendo resultados do descarte inapropriado de lixo. Ele disse ter identificado nesta ilha pedaços de garrafas, sacos plásticos, seringas e uma variedade enorme de outros objetos de plástico em vários estados de conservação, já que, devido à ação do sol e dos ventos, o material se desintegra em fragmentos pequenos que flutuam durante anos, obedecendo às correntes marítimas.
Britta Baechler, gerente sênior de pesquisas sobre plásticos nos oceanos da organização ambiental Ocean Conservancy, diz que “ao todo, existem cinco grandes giros oceânicos”.
“Todos os cinco giros são grandes sistemas de correntes oceânicas circulares que acumulam objetos flutuantes, incluindo plásticos”, explica ela, mas “o Giro do Pacífico norte é o giro oceânico mais pesquisado e sabemos menos sobre os outros quatro”. Os outros giros ficam no Pacífico Sul, no Atlântico Norte e Sul e no Oceano Índico, além de diversos outros giros menores.

Segundo o Conselho Mundial de Transporte Marítimo estima-se que, em média, 1.382 contêineres sejam perdidos todos os anos, devido às más condições do tempo. Mas as perdas de contêineres varridos dos navios somente são relatadas quando se sabe que eles estão transportando materiais perigosos, ou seja, na verdade este número pode ser muito maior.
De maneira geral, os materiais mais pesados, como madeira e metais, podem degradar-se ou afundar, mas o plástico se decompõe perto da superfície, como reação física à abrasão, exposição prolongada aos raios ultravioleta e degradação pelo contato prolongado com a água. Enquanto o Programa Ambiental das Nações Unidas estima que existem hoje de 75 a 199 milhões de toneladas de plástico nos oceanos, não há como ter certeza de quanto desse plástico está chegando aos giros, já que um grande percentual fica preso perto do litoral.

Hardesty afirma que a quantidade de plástico encontrada nos oceanos vem acompanhando a produção mundial de plástico e aumenta em 1,5 a 2% todos os anos. Além disso o plástico flutuante não fica na superfície para sempre eles também afundam e entram no ecossistema marinho, onde não só são ingeridos, mas também inalados pelos animais, incluindo aves marinhas, peixes e tartarugas.

Um ponto muito preocupante é a desintegração do plástico em partículas microscópicas, algumas infinitamente menores do que um grão de areia, o chamado microplástico, que pode causar um grande impacto na vida marinha e humana. Os microplásticos, assim como outros contaminantes, podem favorecer um processo conhecido como bioacumulação, onde substâncias vão se acumulando nos tecidos dos animais ao longo da cadeia trófica. Os peixes pequenos, por exemplo, confundem as partículas plásticas com alimentos. Muitos morrem depois de ingerir estes fragmentos, que também agem como esponjas, absorvendo substâncias tóxicas e metais pesados. Mas, outros peixes sobrevivem e, quando são ingeridos por animais maiores, transformam o plástico em parte da cadeia alimentar, que por fim pode parar também no nosso prato e no nosso organismo.

Existem outros problemas relacionados às ilhas de plástico, como por exemplo o que foi recentemente abordado em uma pesquisa divulgada pela revista Nature. A pesquisa mostra que algumas espécies costeiras estão colonizando águas abertas por meio da ilha de lixo.

Ou seja, corpos que normalmente não ocupavam esses locais passaram a se reproduzir, uma vez que a decomposição total do plástico leva anos, tempo suficiente para que esses corpos consigam criar um habitat próprio. Segundo Alexander Turra, professor do Departamento de Oceanografia Biológica do Instituto Oceanográfico da Universidade de São Paulo, o aumento do acúmulo de resíduos plásticos nessas regiões contribui para a aglomeração de novas espécies nessas regiões. Ou seja, a presença destas ilhas podem gerar um novo ecossistema pois se tornam um substrato propício para organismos que vivem em fundos duros. “Normalmente nós temos poucos organismos que vivem em substratos duros trafegando pelo oceano aberto, com algumas exceções. Com o aumento de plástico nos oceanos, a quantidade de substrato para essas espécies aumentou muito”, explica Turra.

De acordo com Turra, ainda não há grandes consequências associadas a este novo ecossistema, mas é algo que deve ser levado em consideração já que esses organismos apresentam efeito como vetores de espécies exóticas, assim, espécies costeiras de um país se moveriam para essas áreas e, com o tempo, colonizariam uma nova região. Sendo assim, além desse novo ecossistema ser exótico para esse local, ele pode se tornar uma espécie invasora, causando diferentes impactos na localidade de destino.
Mas afinal, o que é importante dizer neste Dia Mundial do Oceano em relação a isso?

Limpar o lixo plástico das ilhas é uma tarefa muito complexa, e que vem sendo estudada, mas enquanto isso, e concomitantemente a isso, o melhor a fazer é diminuir ou interromper o fluxo de lixo no continente antes que ele chegue no oceano. A prevenção é o método mais prático, precisamos de soluções no início da cadeia do plástico. Precisamos pensar na gestão dos produtos plásticos, na reutilização, nas ações individuais, no consumo e nos resíduos que geramos.

Neste Dia Mundial do Oceano, precisamos destacar a enorme importância de cuidar das nossas águas. Afinal, o oxigênio, o equilíbrio climático, a regulação do clima, o alimento, o trabalho, o sustento, o lazer, a saúde, o abrigo da diversidade marinha, tudo isso envolve o oceano!

A Paty conheceu o Capitão Charles Moore, aquele que a inspirou lá no início, em uma conferência de Cidades Lixo Zero em Brasília em 2019 e segue firme no propósito de fazer a diferença em relação ao problema do plástico nos oceanos. Se você se sentiu inspirado ou se tem uma relação especial com o mar, conheça a Beegreen e conte com a gente para ser um agente de mudança em prol da saúde dos oceanos e de todos aqueles que vivem e usufruem dele.

Referências:
1. https://education.nationalgeographic.org/resource/great-pacific-garbage-patch/?utm_medium=website&utm_source=archdaily.com.br
2. https://www.bbc.com/portuguese/vert-fut-63384028
3. https://www.youtube.com/watch?v=fDVht6CQhko&t=5s&ab_channel=Menos1Lixo
4. https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2009/07/090730_ilhalixoexpedicaofn
5. https://olharoceanografico.com/a-grande-ilha-de-lixo-no-oceano-pacifico/
6. https://jornal.usp.br/radio-usp/mancha-de-lixo-do-pacifico-se-tornou-lar-para-ecossistema-proprio/

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